terça-feira, 8 de novembro de 2011

DOENÇAS PELO SANGUE

Leucemia

A leucemia aguda é o tipo de câncer mais freqüente na infância. De cada 100 crianças com câncer, 30 a 35 são casos de leucemia – câncer do sangue. A doença se manifesta na medula óssea(tutano do osso).


As leucemias podem ser : 

- Leucemia linfóide: é a mais freqüente na infância. Responsável por cerca de 80% dos casos das leucemias agudas. Ocorre principalmente na faixa etária de 2 a 8 anos de idade.
- Leucemia mielóide: é mais rara em criança. Ocorrem em torno de 15 a 20% das leucemias agudas na infância. Sua freqüencia é de em torno de 10 casos em um milhão de crianças abaixo de 15 anos, por ano.

Os sintomas na criança podem ser: palidez, manchas roxas pelo corpo, sangramento pelo nariz, gengiva, dores nas pernas e articulares, aumento das glândulas, aumento do baço e do fígado. 
Os sintomas, no início da doença, podem parecer com os de outras doenças, por isso é importante, levar a criança logo ao seu médico para fazer uma avaliação clínica. 

Felizmente, com os avanços da medicina, muitos casos de leucemia são curáveis. É possível detectar a leucemia de forma mais precisa e precoce. Além disso o paciente tem mais recursos para o tratamento. A cura da leucemia depende de fatores como precocidade do diagnóstico, acesso do paciente ao tratamento adequado e condições físicas do mesmo. 

O tratamento mais usado para a leucemia é a Quimioterapia, que são medicamentos que atuam no organismo combatendo as células doentes, destruindo ou controlando seu desenvolvimento. A maioria dos pacientes é tratada com uma combinação de medicamentos, que podem ser por via oral (pílula, cápsula ou líquido ingerido pela boca), intramuscular (por injeção no músculo) ou intravenosa (aplicada numa veia periférica por seringa ou catéter). A quimioterapia é o tratamento mais indicado para tratar a leucemia na infância. 

O paciente pode vir sentir efeitos colaterais como náuseas, vômitos, dor abdominal, mucosites, anemia, aumento de sangramento, porém a equipe médica especializada, administra o tratamento prevenindo estes efeitos, aplicando medicamentos específicos para evitá-los e/ou tratá-los o mais cedo possível, evitando o desconforto.

Outro tratamento utilizado com menos freqüência é a radioterapia. Ela é indicada para tratamento de tumores sólidos como quando ocorre infiltração da doença nos testículos ou no SNC (cérebro). A cirurgia é para casos de doença testicular, para biópsia, e se indicada, para a retirada dos tumores. 

A queda dos cabelos é um dos efeitos colaterais da quimioterapia que age na genética da célula, impedindo o crescimento dos cabelos, porém, após um determinado período, os cabelos voltam a crescer e com aspecto sedoso. 

Anemia Falciforme

É a doença hereditária (passa dos pais para filhos) mais comum em todo o mundo. Altera as células vermelhas do sangue, atingindo principalmente afros-descendentes. Se caracteriza por ser uma deformação das hemáceas, que ficam com a forma de foice. Ao se deformarem, as células do sangue – que em condições normais são bem maleáveis – ficam enrijecidas e passam a entupir vasos, provocando a necrose dos tecidos. O primeiro órgão a ser afetado é o baço, responsável pelo sistema de defesa do organismo. Por isso, em geral, os pacientes falciformes têm mais propensão a desenvolver infecções. 

Um dos maiores perigos é que, por ser recessiva, a doença pode estar nos genes dos pais, sem que eles apresentem qualquer sintoma. É possível que dentro da mesma família um dos filhos tenha a doença, enquanto os outros, não. Quando um deles é diagnosticado como portador da doença, é necessário fazer testes nos irmãos. 

Talassemia 

Talassemia é outra doença hereditária provocada por deficiência nas hemácias. É predominante em pessoas provenientes de países da região do Mediterrâneo. As pessoas talassêmicas têm a hemácia pequena e em forma de alvo. Por isso, concentram pouca quantidade de hemoglobina, o que causa problemas funcionais ao organismo. Estão cadastrados nos serviços públicos cerca de 500 pacientes. 

As crianças que têm doenças falciforme sofrem muito, choram por dores constantes e têm febre. É comum serem internadas diversas vezes, sem que se chegue a um diagnóstico, se a equipe médica não estiver capacitada para identificar a anemia falciforme. De acordo com a triagem neonatal, estima-se que nascem, no Brasil, por ano, 3,5 mil crianças vítimas da doença, (considerando-se os dados recolhidos nos 12 estados que aderiram à segunda fase do Programa de Triagem Neonatal, que inclui o exame que detecta doença falciforme no teste do pezinho).

A anemia falciforme não é contagiosa. O olho amarelado não é devido a infecção por hepatite, e sim por conta da destruição das células do sangue. A pessoa que tem anemia falciforme leva uma vida social normal. 

Do terceiro mês até o quinto ano de vida – o período mais crítico, além das obrigatórias, os pacientes de anemia falciforme recebem vacinas especiais. A penicilina, por exemplo, é aplicada por via oral, duas vezes ao dia. Também há a aplicação mensal, a penicilina injetável. São feitas também vacinas de antihemófilos, antipneumococos, hepatite B e meningite. Na fase adulta, cerca de 10% dos pacientes precisam fazer transfusões de sangue regularmente e todos devem ter cuidados redobrados na hora de passar por qualquer procedimento médico (inclusive tratamentos dentários). Devem também tomar medicamentos para controlar o nível de ferro do sangue, pois são, em geral, acometidos por anemias recorrentes. 

Os pacientes de hemoglobinopatias, como anemia falciforme e talassemia, têm anemias freqüentes, dores generalizadas, icterícias e lesões ósseas. Quem é portador de anemia falciforme também é mais suscetível a acidente vascular cerebral (AVC) devido à redução da flexibilidade das hemácias, que tendem a obstruir os vasos sangüíneos. Os falcêmicos também têm a vida encurtada. O período mais crítico vai até os cinco primeiros anos. O índice de mortalidade em crianças que não são diagnosticadas e tratadas precocemente chega a 25%. Entre as que recebem tratamento adequado, o índice cai para 2,5%. Segundo dados de 1996, a expectativa de vida de um portador de anemia falciforme no Brasil é de 18,6 anos. Em países que já adotaram programas voltados para o tratamento da doença, como Cuba e Estados Unidos, que têm política específica há mais de 30 anos, a expectativa de vida para os pacientes é de 47 anos. A meta do Ministério da Saúde é atingir essa marca. 

Quase 13 mil pacientes estão cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS). Seguindo a prevalência genética da população, as estimativas apontam para a existência de 30 mil a 50 mil pessoas com a doença, em todo o país. De cada grupo de 35 pessoas, uma registra traços de anemia falciforme. Na Bahia, há um falcêmico para cada 500 nascidos vivos. No Rio de Janeiro, o índice é de um para cada 1,2 mil, e, em Minas Gerais, Pernambuco e Maranhão, de um para cada 1,4 mil nascidos vivos. 

Hemofilia 

Hemofilia é um distúrbio hereditário dos fatores da coagulação do sangue, fazendo com que o sangue do hemofílico não coagule tão rápido quanto deveria. As dificuldades na coagulação são por conta da ausência hereditária de determinados fatores sangüíneos, indispensáveis à produção da enzima tromboquinase, que é fundamental ao processo de coagulação.As hemofilias podem se apresentar de forma leve, moderada ou grave. 

Estão classificadas em três tipos:
Hemofilia A – ocorre devido a deficiência do fator VIII da coagulação ou globulina anti-hemofílica, é o tipo mais freqüente, conhecida como hemofilia clássica.
Hemofilia B – ocorre devido a deficiência de fator IX e é também conhecida como doença de Christmas.
Hemofilia C – este tipo de hemofilia caracteriza-se pela ausência de um fator denominado PTA. 

O aspecto clínico da doença se apresenta por sangramentos intrarticulares (hemartroses), sangramentos musculares, e em quaisquer parte do organismo por traumatismos que em casos normais não aconteceriam. 

Normalmente, a doença costuma manifestar-se desde a infância, mas, raramente, antes dos três a seis meses de idade. A hemofilia torna-se evidente em muitas crianças, quando elas começam a caminhar e a receber os primeiros golpes com as quedas, ou quando aparecem os primeiros dentes.

O portador de hemofilia deve fazer parte de um serviço para que seu acompanhamento de rotina possa atendê-lo em caso de urgência. Em caso de sangramento, recebe fator da cogulação de acordo com seu tipo de hemofilia. Necessita ainda de tratamento médico, fisioterápico, odontológico, e a atenção de toda uma equipe multidisciplinar capacitada para atendê-lo. 

Até o momento a hemofilia não tem cura. O hemofílico tem de ser acompanhado em um serviço permanentemente.

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